quinta-feira, 10 de março de 2011

Ringo e Dori - ou como o sexo estraga tudo.

Essa é a história de Ringo e Dori. Ele um bichón frisé de meia idade e ela uma linda e muito jovem Shi Tzu.
Quando Dori chegou a nossa casa Ringo de imediato assumiu as vezes de macho alfa, passava noites em claro velando seu sono, nos rosnava quando nos aproximávamos dela. Se acordávamos e nos levantávamos durante a noite, ele prontamente se colocava diante dela para que nós não a pisássemos por acidente. Só comia se ela viesse comer com ele e se a pegássemos no colo ficava latindo enlouquecido de ciúmes. Dava até pena vê-lo se arrastando pela casa em virtude das noites em claro protegendo-a e dos dias de agitação acompanhando uma cadelinha tao mais jovem e serelepe.
Isso até pouco tempo, quando Dori entrou em seu primeiro cio.
Por algum descuido nosso, tudo indica que Dori e Ringo, em uma arroubo da natureza e dos instintos, - e pela incontinência de conduta habitual dos machos mamíferos - , cruzaram.
Desde então Dori anda se arrastando pela casa e come mal. Ringo, o antes interessado e protetor macho alfa, mal passa por perto dela. Dorme em outro lugar e já não a protege durante a noite. Come a sua própria comida e se ela não chegar em tempo, a dela também. Hoje presenciei inclusive certa agressividade e falta de paciência dele para com ela.
É verdade, até no mundo animal o sexo estraga tudo.
Bem fez Sam, minha outra cachorrinha, que morreu ano passado. Uma poddle especialíssima, recusou toda e qualquer investida do então jovem Ringo. Assim manteve o interesse dele até o último minuto.
Esse post me inspira uma canção de Vinicius, grande macho alfa mamífero que viveu entre nós. Segue abaixo.

Formosa
(Vinicius de Moraes / Baden Powell)

Formosa, não faz assim
Carinho não é ruim
Mulher que nega
Não sabe não
Tem uma coisa de menos
No seu coração
Formosa, não faz assim
Carinho não é ruim
Mulher que nega
Não sabe não
Tem uma coisa de menos
No seu coração

A gente nasce, a gente cresce
A gente quer amar
Mulher que nega
Nega o que não é para negar
A gente pega, a gente entrega
A gente quer morrer
Ninguém tem nada de bom sem sofrer
Formosa mulher


quarta-feira, 9 de março de 2011

Por um segundo, mais feliz.


Parece que, enfim, se foi o inferno astral. Se foi como o som dos tambores que já quase não se fazem ouvir. Me sinto tranqüila, serena e disposta a seguir em frente. O fim do inferno astral e emocional que estive vivendo desde o inicio deste ano coincidiu com o Carnaval e, claro, aproveitei para celebrar. Celebrei a vida, a alegria de estar viva e de habitar esta cidade.
Precisei conhecer (re - conhecer) um italiano de Bari para que ele me mostrasse a beleza da Liberdade e do sábado de Carnaval. Vivi a saída do Ilê Ayê desde a ladeira do Curuzu e foi impressionante perceber que tudo isso estava na minha cidade e eu mal sabia. Me emocionei com a beleza, elegância e altivez daquelas negras lindas que subiam e desciam a ladeira. Me enterneci com a simplicidade e sabedoria de pai Hamilton e do belíssimo terreiro Vodum Zôo. Deixei acelerar o coração e me entreguei à batida "do mais belo dos belos". Estive confortável dentro de minha própria pele e dentre as pessoas que acabara de conhecer. Vivi o novo e me deliciei com ele.
Agora começa o novo ano e eu finalmente sei o que quero. Quero me sentir bem, quero me sentir feliz, me deixar à vontade. Agora tudo parece tão simples que não entendo a minha confusão.
Eu tenho força para seguir em frente e tenho energia para isso. Só me faltava a delicadeza que sinto agora. A delicadeza da fenix quando renascida.