quarta-feira, 8 de junho de 2011

Amando em inglês - Meu encontro com o Coldplay.

Sempre fui uma fã inveterada da música brasileira, me abri de coração apenas para raras exceções alienígenas. As exceções são notáveis, é verdade: Chet Backer, Nina Simone, Tom Waits, Janis Joplin, Beatles, Ella Fitzgerald, Billie Holiday. Ok, estão todos, infelizmente, mortos. Entre os vivos, menos ainda: Muse (que eu, e a Stephenie Meyer - é, aquela de Twilight -, amamos de paixão), U2 (o Bono ainda está vivo? Realmente vivo?), Placebo; Pearl Jam e certamente outros que, se eu não me lembro agora, é porque não gosto tanto assim.
Faz uns dias comentei com uma prima que estava querendo ouvir umas músicas em inglês, para aprender a falar sobre sentimentos naquela língua - não, vocês ainda não sabem o porquê, depois eu conto. Ela então me indicou que ouvisse Coldplay, pela boa pronúncia do vocalista, o marido da amarela da Gwyneth Paltrow.
Gravei então um CD no qual incluí ainda James Morrisson, James Blunt, Adele - que apesar do burburinho eu ainda não tinha ouvido, o novo da Sade e umas porcariazinhas impublicáveis que gosto de ouvir enquanto dirijo em dias de pressa. 
E foi aí que eu me perdi. Comecei pelo Coldplay. 
E veio logo Shiver, avassaladora pra mim, fiquei mesmo arrepiada e sabe com aquela "aguinha" rasa nos olhos? É realmente arrebatador ouvir coisas como "from he moment I wake, to the moment I sleep, I´ll be there by your side" e "Is this my final chance to getting you" e, principalmente "I´ll always be waiting for you". 
E o que dizer de Yellow? Deliciosa guitarrinha no início, vontade de cantar alto. Gwyneth, se alguém fizesse uma música assim pra mim um dia, mesmo me chamando de marrom, eu seria a mulher mais feliz do mundo. É, "you know, I love you so", que eu sempre pensei que fosse,"you know, I love your soul". Fica a dica: acho mais bonito assim. Mas "For you I´d bleed myself dry" não deixa dúvidas, é amor da única forma que vale a pena sentir, até a última gota de sangue, até não poder mais respirar. Como diria uma amiga querida,"sou dessas".
Trouble, é bem bonita também. Pedido de desculpas perfeito de alguém que sinceramente quer ser desculpado.
A verdade é que sim, as letras são super bobinhas, as melodias simples, principalmente se você não está apaixonado, ainda que pela vida, ou não é um adolescente cheio de vontade de salvar o mundo - ainda existem adolescentes com vontade de salvar o mundo? 
Mas para mim música boa é aquela que consegue me fazer sentir. Voltando para casa ontem à noite, ouvindo Coldplay eu senti, e esse momento é maravilhoso e digno de nota nessa vida que a gente leva, sempre correndo, sem tempo pra sentir. Chorei, e não era tristeza, nem saudade, nem medo. Era amor, emoção, beleza.
Ainda agora, enquanto escrevo, soa The Scientist, e me emociono quando ouço "I had to find you, tell you I need you" e "And tell me you love me, come back and haunt me, oh when I rush to the start".
É a simplicidade que me toca, a simplicidade da vida que se aproxima, das coisas tão simples que sempre sonhei. Meus sonhos bobos, de melodias simples, como as canções do Coldplay.
Ainda vou ter a sorte da Gwyneth, e talvez ele não me escreva Yellow e o mundo inteiro nem se dê conta de que existimos. Mas, ainda assim, o que deixaremos será tão precioso que o mundo vai até ficar um pouquinho melhor, ou mais simples, e mais bobinho, como as canções do Coldplay. E aí, já terá valido a pena.