segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Clarice Lispector

Nao vim dizer muito hoje... Ainda nao consigo colocar em palavras o que sinto agora. Mas precisava postar essa frase de Clarice. Já falarei mais dela, e das palavras que deixou impressas em minha alma a cada livro seu que li. Agora só isso. Nao sou boba e aproveito, inclusive.

"Viver é eternamente tolerável, viver ocupa e distrai, viver faz rir. Viver é fazer, é fazer rir dos mistérios..." C. Lispector - O Ovo e a Galinha.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Novo Amor, Velho amor - Show de Roberto Carlos


Tudo em minha vida gira em torno da música. Como em um filme, ou em uma novela, em cada acontecimento gira um clipe musical em minha cabeça. Os estilos, ritmos, sonoridades, sao os mais diversos.

Ontem foi dia de repensar o Amor, ao som do Rei, Roberto Carlos.

Imagino que muita gente se encontre, em algum momento da vida, ainda que nao confesse, em muitas das letras das músicas cantadas pelo Roberto. Eu, intensa que sou, e sensível que estou, passo a confessar: pensei, nao sem algum ressentimento, no velho amor. E, ainda, nao sem alguma desconfiança, no novo amor que se apresenta.

O velho amor, que me recuso a tratar de "meu" velho amor - porque, apesar de passado, nao me pertence, nunca me pertenceu - surgiu desde os primeiros acordes, e me cortou feito faca amolada em Detalhes, tao pequenos de nós dois, coisas muito grandes pra esquecer... E sei que esses detalhes vao sumir na longa estrada do tempo que transforma todo amor em quase nada. Mas quase também é mais um detalhe, um grande amor nao vai morrer assim, por isso, de vez em quando, você vai lembrar de mim.

Sempre achei um barato o Rei dizer se alguem tocar seu corpo como eu, nao diga nada, nao va dizer meu nome sem querer,à pessoa errada. Acho que isso as vezes acontece, e vemos na moldura outro sorriso, e nos lembramos, nesse momento, nessa fraçao de segundos, só do que foi bom no amor que passou. Duvido que ela tenha tanto amor, e por isso você vai lembrar de mim. Mas ainda bem, passa.

Seguiu machucando, quando cantou Do fundo do meu coraçao, uma cançao magoada - como eu? - porque muitas vezes eu vi todo meu orgulho em suas maos, deslizar, se espatifar no chao, vi o meu amor tratado assim. E, do fundo do meu coraçao, tive vontade de dizer ao velho amor: basta agora o que você me fez, acabe com essa droga de uma vez, nao volte nunca mais pra mim.

Mudou o tom... E ao novo amor, Eu te proponho, porque nem tudo é dor, e é preciso saber viver. Proponho, mas como disse no início, nao sem uma certa desconfiança.

É tao difícil amar de novo. Me inquieta, me assusta, me desgoverna. Estava eu aqui, tranquila, de pé, curando as feridas, me fazendo de forte, e vem o amor outra vez... E, Falando sério - essa, infelizmente, nao estava no repertório do show - , você nao sabe, mas é que eu tenho cicatrizes que a vida fez, e tenho medo de fazer planos, te tentar e sofrer outra vez... Ainda nao encontro em seu corpo, depois do amor, o descanso, e nem paz infinita, ao contrário, me inquieto. Mas ainda assim, eu te proponho, nao dizer nada, seguirmos juntos a mesma estrada, que continua, depois do amor, ao amanhecer.

Me arrisco, porque acredito, pela fé que me faz otimista demais. Pensei inclusive em tatuar essa frase "na fé que me faz otimista demais", me traduz muito.

Porque quando dei de cara com o amor outra vez percebi que sao as mesmas emoçoes se repetindo e eu, sabedora de mim, sei tudo que o amor é capaz de me dar, eu sei já sofri, mas nao deixo de amar, se chorei ou se sorri, o importante é que emoçoes eu vivi.