segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A maldição Rodrigues ou só um dia extremamente ruim.

Para mim é difícil escrever hoje, estou triste, muito triste e se, por um lado, é bom colocar pra fora, por outro lado, expor a tristeza nos coloca numa posição de extrema vulnerabilidade e sempre haverá alguém pronto para um palpite desagradável. Mas vamos lá, nunca fui de me esconder.
Tenho acreditado que as pessoas da minha geração, dentro da minha família, sofrem de uma espécie de maldição que não nos permite ser felizes ou, pelo menos, idealmente felizes.
Nenhum de nós teve um casamento feliz, até hoje. Ninguém construiu muita coisa, tipo casa, família com filhos, cachorro e jardins. Inclusive eu.
Tenho 34 anos, não tive filhos até agora, saí para um casamento fracassado e voltei para a casa de minha mãe, já que não pude sustentar sozinha minha própria casa. Não tenho o emprego dos sonhos e neste campo tudo parece nebuloso e muito difícil. Tenho quase dez anos de formada e não posso dizer que me sinto realizada.
Me sinto cansada e com medo. Medo porque começo a planejar uma nova vida, ao lado de um homem maravilhoso, a quem eu não sei se farei feliz. Medo de terminar arrastando esse homem para o centro da maldição e sermos os dois infelizes - sem filhos, sem casa com jardim e sem cachorro -para sempre.
Para quem me conhece pode parecer que esse post, tão negativo, nada tem a ver comigo, sempre tão positiva em relação à vida. E sou mesmo, não desisto fácil das coisas. Mas hoje me permito ficar triste. E não tentem colocar nome nisso. Não estou em depressão, não sofro de nenhuma síndrome e não, não preciso de terapia e nem acredito que isso seja solução para nenhum tipo problema. Também não vou tomar nenhum remédio para isso.
Só estou triste, e isso é absolutamente normal. Todo mundo fica triste as vezes. Apesar dessa cultura da felicidade superficial a qualquer preço, porque na TV todo mundo parece feliz, todo mundo tem a obrigação de ser feliz e se não parece, ao menos, um pouco feliz, está doente.
Aprendi que tristeza é uma coisa que dá e passa. Ainda bem, sempre passa.