quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Música de Hoje: Baby - Caetano Veloso


Você
Precisa saber da piscina
Da margarina
Da carolina
Da gasolina

Você
Precisa saber de mim
Baby baby
Eu sei que é assim

Você
Precisa tomar um sorvete
Na lanchonete
Andar com a gente
Me ver de perto

Ouvir
Aquela canção do Roberto
Baby baby
Há quanto tempo

Você
Precisa prender inglês
Precisa aprender o que eu sei
E o que eu não sei mais
E o que eu não sei mais

Não sei
Comigo vai tudo azul
Contigo vai tudo em paz
Vivemos na melhor cidade
Da América do Sul
Da América do Sul

Você precisa
Não sei
Leia na minha camisa
Baby baby
I love you
Baby baby
I love you

***

A música que escolhi para hoje é na verdade minha homenagem e despedida de 2010. Esse que se despede foi um ano em que, para mim, não houveram grandes acontecimentos. Nem grandes perdas, nem grandes dores, nem grandes conquistas e nem imensas alegrias.
Mas não estive estacionada, inerte, entorpecida, como pode em primeira análise parecer. Tenho a sensação de que estive, posso assim chamar, em atos preparatórios para o que virá. Atos cênicos preparatórios para o grande espetáculo.
Me cuidei, cicatrizei minhas feridas. Levei dois longos anos para parar de chorar sobre elas. Hoje olho pra trás e me parece tudo muito, muito distante. Se ainda falo sobre isso acho que é para não esquecer as lições que aprendi e quero manter frescas em minha memória.
Consolidei minhas amizades, pude perceber quem são as pessoas com quem eu realmente posso contar. Fiz de tudo para estar o máximo de tempo perto dos meus amigos e de dizer sempre o quanto os amo e o quanto são importantes para mim.
Estive muito próxima da minha mãe, minha grande amiga, meu amor dos cabelos dourados, sorriso franco e olhos de esmeralda.
Estudei, me reciclei, percebi o quanto amo minha carreira e me conscientizei de que, apesar disso, não é ela quem me guia, eu sou senhora dela.
Cuidei muito do meu corpo, foi uma prioridade e hoje me olho no espelho e gosto muito do que vejo.
Ainda quero e sonho com meu comercial de margarina, mas estou tranqüila. Sei que tudo virá em seu tempo.
Aprendi que não preciso ter pressa. Aprendi que as pessoas que se foram antes mesmo de ir é porque não eram para estar a meu lado. Simples assim. As que ficaram, incondicionalmente, essas sim, me interessam muito.
Conto isso aqui como se caminhasse na praia e sentisse o vento nos cabelos. É a sensação que tenho nessa noite de lua linda e tempo quente. Sempre fui teatral, é astrológico isso em mim. A caminhada tem trilha sonora, e hoje é Baby.
Sou Karine, mas gosto que me chamem Kari, tenho 33 anos, sou advogada, baiana, soteropolitana, bonita, segura e nada modesta, gosto de poesia, tenho TPM e choro demais, tenho uma família louca como as outras, tenho amigos incríveis, vivo na melhor cidade da América do Sul e me amo pra caralho! Baby, eu sei que é assim. Essa sou eu em 2011.


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