segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Revelação

Ando meio deprimida esses dias. Me sinto triste, desmotivada, sem paixão pela vida. Esses sentimentos têm me causado dor física, tenho constantes dores de cabeça e uma espécie de buraco no estômago. Não procurei um psicólogo, porque não acredito em sua ajuda. Ok, sou mesmo cética nesse aspecto, talvez até ignorante, mas não acredito que alguém que não me conhece e nada sabe da minha história possa me ajudar a deixar de sentir tristeza. Estou tentando, como sempre fiz, me curar sozinha. Busco o carinho da minha família e de alguns amigos e converso muito comigo mesma. Talvez por isso, tenho estado tão calada para com os outros.
A verdade é que eu não tenho nenhuma tendência à depressão. Os que me conhecem bem vão dizer que a minha tendência está bem mais para a dramatização das questoes emocionais que propriamente depressão. Sempre me vi, e acredito que os outros também sempre me viram, como uma pessoa solar, alegre de por vida. Mas agora, sinceramente, nao sei dizer o que está acontecendo, e essa sombra em meu olhar me assusta.
Não há um motivo específico. Recentes desilusões amorosas, indefinição profissional, falta de grana, saudade de alguém que está longe. Talvez. Mas um ou outro desses problemas sempre existiram em minha vida, e na vida de qualquer pessoa normal, e isso nunca me abateu tanto.
Tenho chorado muito. Com qualquer coisa. Por qualquer coisa.
Hoje vinha dirigindo e, como sempre, ouvindo música, em mais uma dessas conversas comigo mesma. Começou a tocar o CD de Fagner e Zeca Baleiro, e a música era um mix de A Flor da Pele de Zeca e Revelação de Fagner. Logo me identifiquei porque ando mesmo tão à flor da pele que qualquer beijo de novela me faz chorar. Mas explodi chorando quando Fagner, em sua voz rasgada, cantou pra mim quando a gente tenta/ de toda maneira/ dele se guardar/ sentimento ilhado/ morto e amordaçado/ volta a incomodar. Abriu o sinal e eu fiquei lá parada, com as mãos no rosto.
Talvez eu tenha por tanto tempo superado tudo de maneira tão digna, tão limpa, rindo de mim mesma, amordaçando a tristeza que agora volta a incomodar.
Tenho fé e peço forças para que eu possa superar essa fase.
Talvez seja meu inferno astral, faço aniversário de 33 anos no próximo dia 01 de março. Só espero que passe, logo.

4 comentários:

  1. "inferno astral"...
    Expresso em palavras de forma muito bonita.

    E por falar em 'Carnaval'... passa lá.

    http://florbellaba.blogspot.com/

    Abraço fraterno.
    Tia Flor.

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  2. Nada do que foi será/ de novo do jeito/ que já foi um dia/ tudo passa/ tudo sempre passará. FICA BEM.

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  3. Ando tão à flor da pele que qualquer beijo grego em filme pornô me faz chorar...

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