quinta-feira, 19 de maio de 2011

Trinta e três invernos.



Acho que envelheci... Ou é a proximidade do inverno que sempre me deixa velha. Parece que o tempo não me passa em primaveras como aos demais, me passa em invernos.
Faço aniversário no verão, mas não chego a sentir o peso de mais um ano de vida nesta época, a sensação vem quando começa o inverno, com a chuva, e a vontade insistente de ter alguém em quem esquentar os pés por debaixo do cobertor. Vixe, como bem se diz aqui na Bahia... Que sair pra balada que nada, eu queria era cama quentinha e conversa ao pé do ouvido com alguém que fosse só rotina e conforto.
Lembro-me de quando não me rendia a essas vontades invernais. E não é que eu era bem feliz? Direto do túnel do tempo, vejo madrugadas de domingo, banho de mar no Porto da Barra até ver o sol nascer, depois de ter dançado e tomado champanhe com pedacinhos de ouro! Puro brilho essa época. Brilho também eram meus companheiros de noites quentes, amigos de hoje e de sempre, ainda que todo mundo, como eu, tenha mudado tanto.
Tinha também o videokê nas noites de quinta, quentes ou não. Sempre cantava a mesma música, a única em que eu conseguia boa pontuação, talvez pela voz mais grave, "Nos lençóis desse Reggae" da Zélia Duncan. Minha amiga sempre cantava alguma canção de Lulu Santos, se saía muito bem. E sempre saíamos com o sol nascendo e cantando "voe por todo mar e volte aqui, pro meu peito...". Madrugadas de pura alegria e jovem inconseqüência. Eu não sei se ela ainda canta Lulu Santos, ou se vai a videokê, mas minha lembrança dessa época é eterna, nossa amizade também. Ela certamente concordaria comigo, estamos ficando velhas a cada inverno. 
A prova disso, do envelhecimento, são essas lembranças... Gente velha adora lembrar do passado com aquele sorriso no rosto e aquela sensaçao de saudosismo. Saudosismo, sentimento de velho. Poderia ser o tema desse post.
Essas lembranças de gente velha sem ser me confortam um pouco o peito, evitam que ele congele diante da falta daquele pezinho... Aquele rotineiro e reconfortante pezinho por baixo do cobertor.


6 comentários:

  1. coisas para se lembrar sempre! Porto da Barra? Bem, acho que me incluo nessa aventura! kkkk. bjos e saudade

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  2. kkkkk....Kari lembro dessa época com muito carinho!!! época hilária que você conseguia me chocar a todo tempo...hoje estou mais moderna mas ainda assim me choco!!!
    Beijocas
    P.S.: Vamos marcar um reencontro? de conversas e bebidinhas?

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  3. Noitadas maravilhosas que merecem ser lembradas sempre e, por que não(?), repetir. Bjs Kari

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  4. eu acho que nostalgia é coisa de família. sinto falta de tanta coisa... e eu só tenho 20 inverninhos tenros.

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  5. Deby,
    Marcamos quando você quiser, sinto saudades de você!
    Marquito,
    os detalhes sao muitos rs Se eu contar os seus me arrisco a que você conte os meus, e aí... Já viu, né? rs
    Rai,
    Você envelheceu de tanto ouvir as histórias de suas primas rs
    Sr. Anônimo,
    Saudades meu bem! Inesquecível você subindo o elevador do meu prédio molhado e com os sapatos e as roupas na mao, as seis da manha, pedindo abrigo! rsrsrs

    Amo vocês todos!
    Beijos!

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