segunda-feira, 29 de março de 2010

O Amor e o Amor Carnal


Fiquei pensando em como escrever sobre isso sem que parecesse uma declaração de amor. Não se trata disso, embora não deixe de sê-lo.

Daí lembrei de Chico Buarque de Holanda, minha paixão de adolescência que me seduz até hoje. Quando fazia cursinho pre vestibular fui instada por meu professor Israel a fazer uma redação cujo tema era uma declaração de amor.

Assim como hoje, naquela época, eu nao tinha um amor real (existe isso mesmo de amor real? - os meus parecem sempre surreais!) e a minha declaração de amor foi a Chico Buarque. Ainda vou postar aqui a dita redação, minha mãe, coruja como até hoje, guardou cópia do módulo onde saiu publicada, eleita como a melhor da turma!

Veio à minha cabeça então a música "O Meu Amor", que data do ano em que nasci, e me parece tão atual quanto a noite passada.

Conjunção carnal, me perdoem o termo "jurídico". É feio, mas adequado ao que quero dizer. Ainda que nao haja amor, esse momento em que se encontram os corpos dos amantes, o momento da conjunção carnal, é sempre carregado de uma energia de comunhão. Ao menos para mim é.

O homem da música "O Meu Amor" bem poderia ser ele, o que depois brinca comigo ri do meu umbigo e me crava os dentes. O homem que me beija com calma e fundo até minha alma se sentir beijada, rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos com tantos segredos lindos e indecentes.

O amor da música "O Meu Amor" é carnal, como o dele. E aquele momento, de pousar as coxas entre as minhas coxas quando ele se deita, é tao intenso, tao bonito, que nao pode ser chamado de outra coisa que nao amor.

Permito, por amor, que desfrute do meu corpo como se meu corpo fosse a sua casa.

E é só isso. E é tudo isso. Não há futuro. Não há promessas. Mas não se pode dizer que não haja amor. Me recuso a pensar que o amor, um sentimento tão amplo, se revista apenas de uma única forma, a forma mais convencional.

Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz. E é só isso, e é tudo isso.

6 comentários:

  1. Lindo Kari!!! Descrição perfeita! Afinal, o amor se apresenta de tantas formas...

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  2. Obrigada amiga! Já sentia falta de suas visitas!

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  3. Não posso dizer que concordo, mas acho bonito a forma com vc enxerga as coisas... pra mim, "amor é latifúndio, sexo é invasão", mas nunca fui romântica! rsss, bjs. Érica.

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  4. Quinha,

    Você sabe que sou uma romântica incorrigível! É amor, sempre é :)

    Beijos!

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